Tragédia em Ecoporanga: Mulher Morre Aguardando Atendimento Médico No Norte do Espírito Santo, a morte prematura de Gessika Dettemann Bello, aos 32 anos, tem gerado comoção e levantado questionamentos sobre a qualidade do atendimento médico na região. Gessika, mãe de dois filhos, faleceu após uma angustiante espera por cuidados médicos na Fundação Médico Assistencial do Trabalhador Rural de Ecoporanga (Fumatre), o hospital local. Sua família aponta o médico João Alberto Dal Col por negligência, enquanto a defesa nega qualquer falha.
A tragédia começou a se desenrolar no dia 1º de maio, quando Gessika começou a sentir-se mal. Após uma breve melhora, os sintomas pioraram nos dias seguintes, com dores no corpo, febre e fraqueza. Em busca de ajuda, ela procurou um ponto de atendimento, onde foi encaminhada para a Unidade Básica de Saúde em busca de um teste de dengue, uma suspeita inicial.
No entanto, a falta de disponibilidade do teste tanto na UBS quanto no Hospital Fumatre frustrou as esperanças de diagnóstico. Mesmo diante da recusa do SUS em realizar o exame, Gessika marcou um teste particular para o dia 7 de maio. O resultado positivo só a levou ao hospital em busca de orientação médica.
O desespero da família se intensificou quando um vídeo chocante veio à tona, mostrando a irmã de Gessika implorando por atendimento enquanto a vítima estava desacordada do lado de fora do hospital. Mesmo após ser levada para dentro da instituição, seu estado de saúde continuou a se deteriorar, sem a devida atenção da equipe médica.
A situação ganhou proporções ainda maiores quando a Polícia Militar foi chamada para intervir em um suposto desentendimento entre o médico e a paciente. Enquanto a versão oficial aponta para uma discussão que logo se acalmou, a família busca respostas e justiça para o que consideram negligência médica.
Diante da pressão da opinião pública e das autoridades locais, o médico responsável pelo plantão no dia do incidente, João Alberto Dal Col, foi afastado pela Fundação Médico Assistencial do Trabalhador Rural de Ecoporanga, que também abriu uma investigação interna sobre o ocorrido.
Enquanto isso, a defesa do médico reforça que ele seguiu todos os protocolos estabelecidos e lamenta a perda de Gessika, expressando solidariedade à família enlutada. Segundo registros hospitalares, a paciente foi atendida e medicada dentro dos padrões, sendo posteriormente encaminhada para um hospital com mais recursos diante da persistência dos sintomas.
A morte de Gessika Dettemann Bello não é apenas uma tragédia pessoal, mas um alerta sobre as deficiências no sistema de saúde local e a importância de um atendimento eficiente e humano para evitar perdas evitáveis. Que sua memória não seja apenas lembrada, mas que sua história sirva como catalisador para mudanças que garantam o direito à saúde para todos.