Em entrevista à TV Gazeta Noroeste na manhã desta segunda-feira, 20, o secretário municipal de Saúde, Elcimar de Souza Alves, informou que sua pasta vai lançar uma campanha ostensiva de conscientização sobre os perigos do carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato, uma infecção febril de gravidade variável. A doença é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida principalmente pela picada do carrapato-estrela. A presença do transmissor é mais recorrente em beira de rios.
Em Barra de São Francisco, este ano, foram confirmados até agora três casos de infecção pela doença, com um óbito. Os três casos aconteceram no interior, sendo um no Valão Fundo (Jonathan Rodrigues), que foi sepultado na tarde desta segunda-feira, 19, além de outros dois casos – no Assentamento Três Corações, em Paulista e na Ponte Alta.
O secretário observou que a contaminação pelo carrapato é rara, mas o principal hospedeiro é a capivara, que vive às margens de rios e córregos. “Apenas 1 dos carrapatos estão contaminados com a bactéria, mas eles se reproduzem aos milhares e, por isso, acontecem as contaminações de seres humanos que insistem em frequentar a beira de rios, principalmente pescadores”, alerta Elcimar.
Ainda de acordo com o secretário, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) vai lançar em breve uma campanha de conscientização para o problema, co produção de panfletos a serem distribuídos nas residências próximas aos cursos d’água de Barra de São Francisco.
“A incidência maior do carrapato acontece justamente entre os meses de junho e setembro, quando não há chuva. Eles costumam ficar nas hastes dos capins perto das margens, onde se reproduzem e, pedimos aos pescadores, principalmente, já que na nossa região todo mundo gosta de uma pescaria, que evitem ir para as margens dos rios nesta época”, disse Elcimar.
+ Sobre a febre maculosa
A transmissão não ocorre de pessoa para pessoa. A infecção acontece após o carrapato ficar fixado na pele do paciente por ao menos quatro horas.
O período de incubação – intervalo entre a data do primeiro contato com a bactéria até o início dos sintomas – da febre maculosa é de 2 a 14 dias. Portanto, é importante considerar as exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.
Principais sintomas
Os principais sintomas da doença são: febre alta e súbita, dor de cabeça, abdominal e muscular e manchas avermelhadas no corpo. Também podem haver erupções no local da picada do carrapato.
A atual época demanda maior atenção, já que, entre junho e novembro, a infestação ambiental por ninfas de carrapato-estrela é alta (o ciclo de vida do carrapato inclui as seguintes fases: ovo – larva – ninfa e adulto).
O que fazer?
Ao notar os sintomas, procure atendimento médico imediatamente. O paciente também deve informar ao médico caso esteve na região afetada pelo recente surto. O tratamento imediato com antibióticos é recomendado para evitar o agravamento do quadro.
“Ao se aventurar em regiões de mata e cachoeira, é importante estar ciente que estamos no período de reprodução do carrapato estrela, ocorrendo o risco de transmissão da Febre Maculosa através de sua picada. Caso em até 15 dias após este deslocamento, você apresente sintomas deve procurar atendimento médico o mais rápido possível”, afirma Tatiana Lang, Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.
Prevenção
Embora a Febre Maculosa seja grave e com alta letalidade, é possível reduzir significativamente o risco de contrair a doença.
Verificar com frequência se há algum carrapato preso ao seu corpo, usar roupas claras com manga longa, calça comprida e calçado fechado – especialmente para quem estiver em ambientes rurais – são algumas medidas efetivas para a proteção contra o carrapato transmissor. Também é importante evitar transitar em locais com mato alto. Repelentes também podem ser eficazes contra picadas de carrapatos.
Fonte: SECOM / PMBSF