Ocupação do MST em São Mateus: Jornada pela Reforma Agrária em Destaque Na madrugada da última quarta-feira (17), mais de 200 famílias vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Coqueirinho, situada às margens da rodovia ES 381, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo. Esta ação é parte integrante da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, uma iniciativa que está se desdobrando em diversos estados do Brasil.
A Fazenda Coqueirinho, com seus 294 hectares, dos quais 28 são considerados devolutos pelo MST, foi o local escolhido para a ocupação. Anteriormente, a área abrigava uma fábrica de farinha de mandioca e agora está envolta em disputas judiciais relacionadas ao não cumprimento de direitos trabalhistas.
O MST destaca que a ocupação ocorre em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, onde 21 Sem Terra foram brutalmente assassinados. Sob o lema “Ocupar para o Brasil alimentar”, a Jornada Nacional em defesa da Reforma Agrária é apresentada como uma resposta urgente para a produção de alimentos saudáveis, combatendo a fome, gerando emprego e impulsionando o desenvolvimento do país.
O movimento reivindica as áreas ocupadas para a promoção de assentamentos e a efetivação da reforma agrária. Destaca-se a importância dessa iniciativa diante do contexto atual, onde o orçamento destinado à política de reforma agrária é o menor dos últimos 20 anos, conforme argumenta o MST em nota oficial.
Por outro lado, a ocupação acontece em um momento estratégico, às vésperas do lançamento pelo governo federal do Programa Terra para Gente. Este programa, anunciado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, visa acelerar o processo de assentamento de famílias no Brasil. O objetivo é disponibilizar terras improdutivas e devolutas para reforma agrária e demarcação de territórios para comunidades quilombolas.
O MST responde à iniciativa governamental com suas ações, reafirmando a importância da luta pela reforma agrária e o acesso à terra como um direito fundamental. Esta movimentação destaca a urgência de uma transformação estrutural no cenário agrário brasileiro, visando garantir uma distribuição mais equitativa de recursos e promover um desenvolvimento verdadeiramente inclusivo.