A exposição solar é a principal forma do organismo absorver vitamina D, nutriente essencial para a saúde. No entanto, é importante tomar cuidado com o sol direto na pele, e nunca se esquecer de usar o protetor solar. Isso porque os raios UVs em excesso podem ocasionar alguns problemas no organismo, como um quadro de insolação.
O que é insolação
A insolação ocorre quando o organismo atinge temperaturas corporais acima dos 40ºC, fazendo com que o mecanismo de transpiração falhe e, assim, o corpo não consegue se resfriar. Isso pode ocorrer tanto na exposição solar ou na permanência em um ambiente muito quente, explica a dermatologista Dra. Meire Gonzaga.
Conforme a profissional, a nossa temperatura de equilíbrio é em torno de 36,5 e 37 graus, que é quando o nosso metabolismo todo funciona normalmente. Então, quando a temperatura corporal atinge graus mais altos, é comum o paciente ter um quadro de mal-estar. “A condição desregula todo o sistema de equilíbrio do organismo, e o corpo perde a capacidade de regular os líquidos”, afirma.
O Ministério da Saúde destaca que o quadro de insolação merece especial atenção porque, com o aumento rápido da temperatura corporal, a pessoa acaba perdendo muita água, sais e nutrientes importantes para manutenção do equilíbrio do organismo.
Ainda de acordo com a pasta, a condição pode ser fatal. Por isso, o atendimento médico deve ser imediato, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, para evitar o óbito e outras complicações, como danos no cérebro, coração, rins e músculos.
Sintomas em quadros leves
Geralmente, os sintomas vão surgindo aos poucos. Segundo o Ministério da Saúde, os primeiros sinais são:
dores de cabeça;
- Tontura;
- Náusea;
- Pele quente e seca;
- Pulso rápido;
- Temperatura elevada;
- Distúrbios visuais;
- Confusão mental.
Sintomas em quadros graves
Dependendo do tempo de exposição ao sol, os sintomas podem ser mais graves. Nesses casos, pode acontecer:
- Respiração rápida e difícil;
- Palidez (às vezes desmaio);
- Convulsão;
- Temperatura do corpo muito elevada;
- Extremidades arroxeadas;
- Fraqueza muscular;
- Coma;
- Morte.
Como prestar os primeiros socorros
Ao presenciar algum caso de insolação, é importante prestar os primeiros socorros até a chegada de um médico para evitar o agravamento do quadro. O objetivo inicial é baixar a temperatura corporal de forma lenta e gradativa. Para isso, o Ministério da Saúde recomenda:
- Remover a pessoa para um local fresco, à sombra e ventilado;
- Remover o máximo de peças de roupa;
- Se estiver consciente, a pessoa deverá ser mantida em repouso e recostada (cabeça elevada);
- Ofereça bastante água fria ou gelada ou qualquer líquido não alcoólico;
- Se possível, borrife água fria em todo o corpo da pessoa, delicadamente;
- Aplique compressas de água fria na testa, pescoço, axilas e virilhas;
- Assim que possível, coloque a pessoa imersa em banho frio ou envolta em panos ou roupas encharcadas.
É importante destacar que, em casos graves, é preciso procurar atendimento médico de emergência. O melhor cenário é levar a pessoa imediatamente ao hospital ou solicitar apoio de urgência e emergência (SAMU 192).
Como tratar a insolação?
O tratamento consiste em reduzir a temperatura corporal da pessoa e hidratar bastante o organismo. Para isso, os profissionais de saúde podem oferecer água e manter o paciente em um lugar fresco, com sombra e ventilação, ajudando na recuperação. Dependendo do caso, pode ser necessária hidratação venosa.
É recomendado, também, retirar o máximo de roupas possíveis, deixando a pessoa apenas com peças leves, para que o corpo consiga reagir. O médico também pode fazer compressas de água fria e colocar panos molhados para ajudar a baixar a temperatura corporal.
Quanto tempo dura a insolação?
O quadro de insolação dura poucos dias (geralmente, de dois a quatro). É importante destacar que o problema desaparece apenas com o tratamento adequado, que não pode ser negligenciado. Conforme o quadro agrava, maior o desequilíbrio no organismo do paciente, o que acarreta problemas sérios de saúde, inclusive a morte.
Fatores de risco para a insolação
Alguns fatores, hábitos, posturas, comportamentos e situações podem aumentar os riscos de ter uma insolação. Crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas, como câncer, diabetes, hipertensão, e pessoas com imunidade baixa, como transplantados e portadores de HIV/Aids, devem ter cuidado especial com as altas temperaturas, uma vez que esta condição pode provocar efeitos colaterais graves com maior probabilidade nesse público.
- Não beber líquidos adequadamente.
- Ingerir muito álcool ou cafeína.
- Pessoas que têm gastroenterites.
- Pessoas que fazem uso de medicamentos para pressão alta, diuréticos, antidepressivos ou antipsicóticos.
Como se prevenir
A Dra. Meire alerta que, quanto mais queimaduras solares tivermos durante a vida, maior é a nossa chance de ter câncer de pele. Por isso, as medidas de prevenção são tão importantes. Ela aponta as principais formas de se proteger:
- Utilize filtro solar 30 minutos antes da exposição. Tire toda a roupa e passe filtro em todas as regiões do corpo;
- Mantenha a hidratação oral;
- Reaplique o filtro solar a cada duas horas ou a cada mergulho;
- Use medidas de proteção mecânica, como bonés, viseiras, guarda-sóis, óculos de sol e roupas com proteção ultravioleta, por exemplo;
- Evite ficar exposto nos horários de maior incidência da radiação solar (entre as 10h e 14h).