Ela só tem 18 anos, nasceu e cresceu no pequeno distrito de Itaperuna, em Barra de São Francisco, Noroeste do Espírito Santo, onde estudou do primeiro ao nono ano do ensino fundamental na Escola Municipal Barra do Itaperuna. Aluna exemplar nunca foi repreendida – “exceto por um pouco de conversa” -, nunca foi reprovada e sonha em ser astrônoma.
Em resumo, esse é o perfil da jovem Grasiely Ianque Barbosa, filha de José Roberto Silva Barbosa, já falecido e Luciana Ianque Barbosa.
Grasiely, que tem um irmão, Leonardo, é exemplo de que o apoio familiar e escolar, podem levar os jovens a encontrar o seu futuro. Este ano, ela ingressou com mérito no curso de Física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O estudo da Física, já é considerado um ‘tormento’ pela maior parte dos alunos do Ensino Médio, mas, chegar a ingressar numa faculdade depende de muito esforço e dedicação. E isso, conta Grasiely, foi o que a levou a ser aprovada.
“Meu sonho sempre foi ser astrônoma e vi no curso de Física a oportunidade de dar um passo à frente para realizar esse sonho. A vontade de estudar Astronomia surgiu quando eu ainda estava no sexto ano do ensino fundamental, quando a gente começou a estudar sobre os planetas, o universo… Me senti ligada ao assunto, me senti conectada com esse tema e fui estudando sobre”, detalha.
E continua: “Pus na minha mente que iria estudar Astronomia e, como não tem faculdade com esse curso no Estado, eu decidi ir pro curso de Física por ser um dos passos para chegar onde eu quero.”
Na Escola de Itaperuna, ele sempre foi muita elogiada, pelos professores e pela diretora Maria Lúcia Marcolino. “Tinha muito destaque na área de Ciências e Matemática. Eu estudava meio período, mas passava o olho por cima daquilo que não era o meu foco”, revela.
Grasiely chegou ao campus do Ifes em Barra de São Francisco, em plena pandemia, em 2019, para fazer o ensino médio integrado com o curso Técnico em Administração.
“No Ifes, apertou um pouco. Estudava o dia inteiro em casa, nos dois primeiros anos, por causa da pandemia da Covid-19. E mesmo no último ano, saia da escola e continuava estudando em casa e, felizmente, tive sucesso e fui aprovada na Ufes.”
Pés no chão, Grasiely dá um conselho para os colegas e qualquer estudante que queira atingir seu objetivo: “É muito importante buscar o equilíbrio. Ficar muito tempo estudando, fazendo trabalhos, acaba esgotando a saúde mental. Tem que estudar sim, mas tem que manter o equilíbrio”, aconselha.
Por fim, a pequena notável ressalta que ter bons professores e apoio familiar foi fundamental para o seu sucesso: “Tive o apoio da minha família, da escola de Itaperuna, do Ifes, o apoio é muito importante. Então, se você quer alguma coisa, quer estudar, tem que buscar esse apoio, que faz muita diferença”, finaliza.
A última professora de Grasiely, na EM Barra do Itaperuna foi Rosângela Otharan Cabral, professora de Matemática e especializada em Base Naciona Comum Curricular (BNCC).
Rosângela só tem elogios para a ex-aluna: “O mundo como o conhecemos mudou radicalmente nos últimos tempos, fomos obrigados a alterar a forma como socializamos e interagimos uns com os outros. Passamos a ter novas práticas e processos no nosso dia-a-dia. Eu acreditei e sempre acredito nos meus alunos, como sempre acreditei nela e, hoje, ela está sendo a nossa realização como profissional na área da Educação. Agora é a vez dela, mostrando que uma aluna de escola pública e estudiosa é capaz de chegar além do limite dos sonhos, mostrando a muitos jovens que eles serão capazes. Um grande abraço, desejamos muito sucesso, sua ex-professora Rosângela, de Matemática, e todas as professoras que passaram em sua vida na escola EM Barra de Itaperuna”, desejou.
Fonte: Secom/PMBSF