Para combater a dengue é preciso ficar atento aos sintomas e complicações que podem evoluir para a forma hemorrágica da doença.
Entenda em sete tópicos como identificar se uma pessoa está com dengue e quando a doença requer atenção redobrada.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou nesta terça-feira (23) um alerta em decorrência do número de casos notificados referentes às arboviroses, em especial à dengue no Espírito Santo, observados nas duas primeiras semanas epidemiológicas do ano (até o dia 13 de janeiro).
Direcionado aos profissionais da saúde de todo o Estado e encaminhado a todos os municípios, pretende reforçar as orientações assistenciais, de coleta de amostras, notificações e ações de enfrentamento.
“Fechamos a segunda semana epidemiológica com mais de três mil casos notificados de dengue, além dos casos notificados nas demais arboviroses. O alerta é importante para que os profissionais de saúde fiquem atentos aos sinais e sintomas relacionados às arboviroses no dia a dia do atendimento”, destacou a chefe do núcleo de Vigilância Epidemiológica, Fabiana Marques.
Encaminhado na última semana, o objetivo é aumentar a atenção dos profissionais de saúde ao atenderem pessoas sintomáticas, sobretudo crianças e idosos, além de reiterar a importância da orientação à hidratação imediata, de acordo com os protocolos vigentes.
3.152 casos de dengue até 13 de janeiro
Segundo dados da Sesa, foram notificados até a segunda semana epidemiológica (SE 02) 3.152 casos de dengue, 211 de chikungunya e 63 de Zika.
O Brasil registrou uma explosão no número de casos de dengue nas duas primeiras semanas deste ano, com 55.859 casos prováveis da doença e seis mortes devido a complicações causadas por ela.
Esse número é mais do que o dobro do registrado no mesmo período de 2023, quando foram contabilizados 26.801 casos prováveis da doença e 17 óbitos. Os números são do Ministério da Saúde.
Em 2023, no mesmo período, foram notificados 3.722 casos de dengue, 270 de chikungunya e 113 de Zika. Os dados referentes aos casos notificados são atualizados todas as quintas-feiras no https://mosquito.saude.es.gov.br/boletins.
Quando os sintomas são leves, normalmente os médicos recomendam que o tratamento seja feito em casa.
Caso os sintomas não melhorem em até sete dias, é indicado que o paciente volte a procurar atendimento médico para ser reavaliado.
1. O que é dengue?
O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Quando alguém é infectado por um deles, adquire imunidade contra aquele tipo específico, mas ainda fica suscetível aos demais. Por isso, uma pessoa pode pegar a doença mais de uma vez.
Os sorotipos, segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, não influenciam na gravidade da doença.
2. Quais os principais sintomas e quando procurar um hospital?
A infecção por dengue pode ser assintomática ou apresentar quadro leve com sintomas como febre alta (acima de 38°C), dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.
3. Quando a doença preocupa?
Além dos sintomas leves, há também os “sinais de alarme” assim chamados pelos médicos, por sinalizarem que aquele paciente pode ter complicações pela doença.
Esses sinais incluem dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes, sangramento de mucosas e hipotensão postural (tontura ao levantar). Nesses casos é necessária a internação do paciente.
Ao contrário do que muita gente pensa, esses sinais não costumam surgir no início da infecção. Eles aparecem na chamada fase crítica da doença – entre o quinto e sétimo dia após o início dos primeiros sintomas.
Mesmo o paciente diagnosticado com a doença em sua forma leve, a chamada dengue clássica, ele pode evoluir para a grave, também conhecida como hemorrágica.